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Opinião
13º salário em tempos de pandemia...
Para muitos segmentos da economia o pagamento do 13º salário está em risco
Fernando Galvão - economista, professor e conselheiro do CORECON-PI
O enfrentamento ao covid-19 exigiu medidas de saúde pública como distanciamento social e fechamento parcial do mercado. Seguiram abertas apenas empresas consideradas essenciais (farmácias, distribuidoras de medicamentos, mercadinhos e supermercados por exemplo).
É importante destacar que a pandemia não afetou de forma igual todos os negócios. Havia empresas que antes da pandemia estavam equilibradas financeiramente e por conta disso, estavam aptas a acessarem linhas de crédito disponíveis (medidas de governo e bancos), para compensar período de fechamento dos mercados.
Para empresas que atuam no segmento de bens essenciais que não fecharam, foi possível a organização de reservas para honrar os pagamentos de 13º terceiros nesse fim de ano.
O detalhe é que tais medidas geraram impactos negativos em vários setores da atividade econômica que tiveram que fechar diante de decretos municipais e estaduais que faziam valer as medidas de saúde pública: queda do faturamento, fechamento por não terem fluxos de caixa que sustentassem seus custos, custos de demissão de funcionários.
É importante destacar que as estratégias para combater o covid-19 afetaram o dia a dia de inúmeros negócios e suas capacidades de gerar caixa e fazer provisões (reservas), para fazer frente ao direito trabalhista de receber o 13º salário, ferramenta importante no aquecimento da economia durante os fins de ano.
Empresas que já passavam por dificuldades de caixa e de cumprimento de obrigações antes da pandemia ficaram mais fragilizadas. Para este grupo de empresas que sofria com restrições junto a instituições bancárias, as dificuldades nesse fim de ano serão grandes.
Lidar com a inadimplência de clientes, dificuldades de negociar com fornecedores, salários de funcionários ainda em atraso, quem deu férias coletivas terá de arcar com 1/3 dessas férias, negociações com sindicatos das categorias que buscam defender interesses dos trabalhadores, entre outros desafios.
Para muitos segmentos da economia o pagamento do 13º salário está em risco e o mercado (empresas e consumidores) não conseguirá responder sozinho a este dilema.
O mercado pode até ser motor da economia, mas o governo é o único elemento capaz de girar a chave e dar na partida, através de Plano de Recuperação Econômica que já deveria estar sendo executado, só que ainda não foi elaborado.
Referências:
Para compor esse texto quero agradecer as contribuições das contadoras Daniella Galvão, Lívia Amorim, dos empresários Marco Aurélio Seabra, Jean Cavalcante Lélis, Kerle Dantas e do administrador financeiro Francisco Felismino Filho.
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Fonte: Fernando Galvão - economista, professor e conselheiro do CORECON-PI