Comércio & Serviços
Crise do coronavírus
Mesmo em quarentena, empresas de Teresina e Floriano conseguem ter lucro
Delivery e crédito antecipado foram alternativas usadas por restaurante e salão de beleza
Robert Pedrosa - redacao@pinegocios.com.br
Enquanto a pandemia do coronavírus provoca a queda de faturamento e até falência de empresas, outros negócios apostam em alternativas para contornar a crise econômica. O Piauí Negócios descobriu duas empresas – uma de Teresina e outra de Floriano – que conseguiram ter lucro durante o primeiro mês de isolamento social obrigatório determinado pelas autoridades públicas do Estado.
Com todos os investimentos já feitos e equipe em treinamento para abrir ao público, o restaurante D’Paris, na zona sul de Teresina, foi pego de surpresa com o decreto do Governo do Estado, que entrou em vigor no dia 23 de março, obrigando a interrupção de todas as atividades econômicas não essenciais. A gerente do local, Carine Paiva, ficou desesperada, pois a proibição de funcionamento presencial iria por todo o investimento por água abaixo.
A alternativa, para não estragar diversos alimentos perecíveis e ter que dispensar a equipe de profissionais que já contratada, foi apelar para o delivery. “Inicialmente, tivemos receio, já que não havia nenhum planejamento para isso, nenhuma estratégia. Não havíamos feito nenhuma divulgação, não tínhamos criado mídia social para o negócio. Mas ainda assim resolvemos arriscar”, lembra a gerente.
O restaurante D'Paris já estava com mesas e cadeiras a postos para receber os clientes quando a pandemia começou (Foto: divulgação) |
O fato de o D’Paris fazer parte do De Resenha Sports Club, complexo poliesportivo de multisserviços já consolidado e com público fiel, ajudou bastante. O restaurante começou a divulgar seus pratos nas redes sociais do De Resenha e logo teve bastante aceitação, com muitos pedidos. “Como o cardápio seria para entrega e não mais servido na mesa, fizemos algumas adaptações”, conta Carine.
A alternativa foi então partir para o delivery, e os resultados apareceram logo no início (Foto: divulgação) |
Desde então, o faturamento tem sido suficiente para pagar todos os custos e ainda ter algum lucro. Os garçons que atenderiam os clientes foram aproveitados para ajudar nas embalagens. “Estamos tendo uma boa demanda, embora menor do que acreditaríamos ter se estivéssemos com o restaurante aberto”, relata a gerente.
Carine Paiva reconhece a dificuldade do momento por conta da crise do coronavírus e considera natural o medo que acomete os empresários. “Primeiro vem o desespero, depois o equilíbrio. O ser humano é adaptável à realidade. As pessoas não vão deixar de viver”, ensina ela, avisando que, assim que a pandemia passar, o restaurante vai abrir as portas ao público.
Voucher
A outra história de sucesso descoberta pelo Piauí Negócios vem de Floriano, mas de outro ramo. Diferente de restaurantes e lanchonetes, que podem usar o delivery para continuar funcionando, a empresária Thayse Gadelha precisa do contato físico para prestar seu serviço. Dona do salão de beleza Linda Stúdio, em que trabalha com três funcionários, Thayse ficou uma semana e meia sem saber o que fazer após a interrupção dos serviços econômicos por conta da pandemia.
Até que, por meio do Sebrae, decidiu criar vouchers para os clientes utilizarem os serviços do salão quando ele for autorizado a funcionar novamente. Os vouchers são créditos adquiridos de forma antecipada pelos clientes do salão. Para poder atrair mais consumidores, Thayse fez pacotes de vários serviços, com descontos de 40% a 50%. “Enviei as informações para meus contatos, por meio da lista de transmissão do WhatsApp e pedi a colaboração dos clientes neste momento difícil. Deu certo! Na primeira semana, o meu faturamento foi o mesmo ocorrido como se o salão estivesse funcionando”, comemora.
Mesmo sem funcionar, o salão Linda Studio conseguiu faturar no primeiro mês do isolamento social (Foto: divulgação) |
Já operando há um mês nessa modalidade, Thayse viu a venda dos vouchers cair a cada semana, mas considera normal, já que os clientes só comprarão novamente após utilizarem o primeiro ticket. Mesmo assim, afirma que foi uma boa ideia, pois conseguiu pagar os fornecedores e demais custos, principalmente os funcionários. “São pessoas que, como eu, têm família para sustentar e apenas aquela fonte de renda”, conclui.
Um dos vouchers pedindo ajuda aos clientes (Reprodução) |
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