Carreira & Gestão
Pandemia
Cinco passos para empresas saírem da crise, aponta Mário Lacerda, diretor do Sebrae-PI
Serenidade, criatividade, conexão com o cliente, conhecimento e responsabilidade social fazem a diferença neste complexo momento de confinamento
Robert Pedrosa - redacao@pinegocios.com.br
Conhecimento, serenidade, criatividade, conexão com o cliente e responsabilidade social. Essas são as saídas da crise que atinge as empresas piauienses desde que foram obrigadas a suspender suas atividades, por conta na pandemia do novo coronavírus. As soluções foram apontadas pelo diretor-superintende do Sebrae-PI, Mário Lacerda, em uma entrevista concedida ao Piauí Negócios na última sexta-feira (17), e transmitida ao vivo pelo Instagram do site e pelo canal da TV Band Piauí no You Tube (a partir de 4,30" até 22'30" no vídeo).
Mesmo reconhecendo a complexidade no momento, Mário Lacerda observa empresários que estão conseguindo reagir. Ele citou um restaurante que estava prestes a inaugurar quando as medidas restritivas foram impostas em Teresina. Mesmo pego de surpresa, a empresa agiu rápido, aderiu ao delivery e conseguiu ampliar seu número de funcionários em meio ao cenário de isolamento social e com recessão praticamente certa em praticamente todas as economias do mundo que estão passando pelo mesmo cenário.
“Esse empresário estava com contratos firmados, despesas já realizadas e não tinha planos para aderir ao delivery quando as medidas restritivas foram adotadas. Mas buscou informações e se reinventou e hoje está crescendo, contratando [funcionários]”, contou Lacerda. Ele explicou que esse e outros casos de sucesso em meio à pandemia demonstram criatividade e também uma conexão muito forte com o cliente, para identificar seus desejos.
Para ter ideias, contudo, é necessário manter a calma e uma visão do todo ao seu redor. “É preciso que o empreendedor olhe em 360 graus para que não tome nenhuma medida que possa se arrepender mais na frente, sob a ótica de ter ou deixar de ter uma despesa”, orientou.
Outro ponto importante para a saída da crise é o conhecimento, a informação. Mário Lacerda lembrou que a maioria dos donos de micro e pequenos negócios do Piauí ainda desconhecem os decretos governamentais, que dispõem sobre as vantagens e benefícios dessas ações de governo, em especial as linhas de crédito que estão sendo disponibilizadas pela União para evitar demissões. Isso tudo apesar da ampla divulgação pela mídia.
A entrevista acima pode ser assistida a partir do 4º minuto e 30º segundo (pois houve falha na transmissão) até 22'30" (Reprodução)
O superintendente citou uma pesquisa realizada pelo Sebrae que constatou que apenas 17% dos empresários piauienses conhecem essas medidas do governo. Outros 52% ouviram falar e 31% simplesmente não conhecem os decretos do governo. “Há medidas governamentais que permitem o empregador reduzir o salário do funcionário, com contrapartida da União. Existe também a possibilidade de suspenção do contrato de trabalho [do empregado] por 60 dias, diminuição da carga horária. Mas o índice de desconhecimento dos empresários sobre tais benefícios é muito alto”, alertou Lacerda. A pesquisa revelou ainda que, apesar de 60% dos empresários afirmarem precisar de empréstimos para enfrentar a pandemia, apenas 30% buscaram o banco.
Mário Lacerda lembrou que desde o início da crise o Sebrae dando consultorias gratuitas para os empresários por meio de plataformas digitais, como WhatsApp, telefone, e-mail e chat. A entidade também tem proporcionado webinar com conteúdo totalmente voltado para o momento.
Todas as soluções encontradas para amenizar os efeitos da crise na economia permanecerão mesmo após a pandemia. Lacerda acrescenta que a transformação digital que estamos vivendo “empresas que em um curtíssimo prazo se viram obrigadas a entrar no digital”) e fomos obrigados a avançar de forma muito rápida desde o mês de março precisa ser considerada. “Estamos construindo um caminho sem volta sobre alguns aspectos”, frisou, referindo-se à adesão ao mundo digital.
Por fim, Mário Lacerda considera ainda a responsabilidade social das empresas. Se antes tal característica já vinha em crescimento, agora mais do que nunca fará a diferença. O negócio que demonstra preocupação, cuidado, atenção com a sociedade terá um valor diferenciado. “Aquele empresário que doa uma quentinha de seu restaurante para os mais frágeis, aquele que doa uma parte do que arrecada para a compra de equipamentos de proteção individual (EPIs), a capacidade de contribuir com a sociedade, de ajudar. As empresas serão lembradas e valorizadas por isso”, concluiu o superintendente do Sebrae.
Os caminhos para a saída das empresas da crise do coronavírus
Criatividade
As empresas precisam entender o momento e aproveitar a oportunidade para criar alternativas
Conhecimento
Informação sobre as medidas de auxílio emergencial e ajuda do Governo Federal (como linhas de crédito, por exemplo)
Serenidade
O empresário deve ter calma para evitar tomar alguma decisão neste momento bastante complexo, por ela pode ser precipitada e gerar arrependimento depois
Conexão com o cliente
Estar alinhado com o desejo do consumidor é, mais do que nunca, fundamental para a empresa
Responsabilidade social
A preocupação com a sociedade, com o outro, com o cliente faz a diferença entre os clientes
Fonte: Sebrae-PI
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