Com aplicativo inovador na educação, ONG piauiense é finalista em prêmio nacional

Com o objetivo de atender jovens estudantes que têm dificuldade com acesso à internet no Piauí, a organização social Ubíqua desenvolveu a plataforma de educação a distância (EAD) “Educar Nestante”. O aplicativo funciona online e offline, o que permite que alunos que vivem em locais mais afastados e sem rede possam estudar em casa, ou de onde estiverem. A plataforma é finalista na categoria 'empreendedores' do Prêmio Movimento Led, realizado pela Rede Globo e Fundação Roberto Marinho. A premiação reconhece iniciativas inovadoras no ramo da educação. 

O Educar Nestante surgiu durante a pandemia da Covid-19, momento em que o ensino passou a ser remoto, o que impactou diretamente no processo de aprendizagem daqueles que tinham pouco ou nenhum acesso à internet. O projeto social já ajudou mais de 800 estudantes do Piauí e, atualmente, possui cerca de 200 alunos na cidade de Oeiras. 

A vice-presidente do Instituto Ubíqua, Graciele Barroso, explica que a metodologia de ensino é baseada nos ‘ciclos de aprendizagem’ que funcionam da seguinte forma: o professor disponibiliza vídeoaulas na plataforma e lança um desafio ao aluno, que irá estudar e entender o tema antes da aula presencial com o docente. Esse método é denominado “sala invertida”. 

“O Educar Nestante é utilizado atualmente em nossos cursos e foi testado em cinco escolas do Estado. É uma metodologia que nós desenvolvemos a partir da ideia de sala de aula invertida, gamificação, aprendizado por tema e ensino  híbrido. A aprendizagem Ubíqua é essa que você está aprendendo o tempo todo, em todo lugar, por todos os meios e em todos os horários”, destaca.

Segundo a vice-presidente, o aplicativo permitiu que alunos que não tinham acesso à internet não só pudessem participar das aulas, mas se envolvem com os conteúdos. “Tudo é preparação para que o encontro com o professor seja o mais proveitoso possível. Como o aluno teve acesso ao conteúdo antes, essa aula é mais dinâmica e participativa, porque o estudante chega preparado para tirar dúvidas, refletir e construir coletivamente um novo conhecimento”, aponta Graciele Barroso. 

A ideia é que unidades de ensino públicas utilizem o programa para melhorar o desempenho de seus alunos, onde boa parte são de baixa renda e possuem pouco ou nenhum acesso a internet. Já as escolas particulares podem desenvolver uma parceria paga com a ONG para utilizar o aplicativo em sua instituição. “É necessário que haja uma parceria entre a escola e a Ubíqua para que haja utilização do Educar Nestante. Queremos que as pessoas que podem pagar paguem pelo uso, para que a gente possa oferecer para aquelas que não podem pagar”, disse a vice-presidente. 

O projeto foi desenvolvido pelo presidente da ONG, Jessé Barbosa, com financiamento de duas organizações suíças: Fundação Brucke Le Pont e o Fundo Suiço Solidário. Caso esteja entre os seis ganhadores do Prêmio Movimento Led, a organização pode levar para casa o valor de R$ 200 mil. Os vencedores serão anunciados durante evento de premiação que ocorre no dia 26 de Abril, que será transmitida pela Rede Globo. 

(Colaborou Emelly Caroline)

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