Redução de juros para financiar imóveis deve aquecer mercado no Piauí

A redução de juros e flexibilização de condições para a concessão de crédito imobiliário anunciadas pela Caixa Econômica Federal devem aquecer o mercado imobiliário no Piauí nas próximas semanas. É que sempre que há queda nas taxas, as vendas aumentam. Em 2021, por exemplo, a comercialização de imóveis em Teresina cresceu 43% apenas no primeiro semestre após a taxa Selic chegar a 4,25% ao ano.

As medidas recentes adotadas pela Caixa, responsável por 67% dos financiamentos de imóveis no Brasil, foram adotadas nas linhas Pró-Cotista e no Programa de Habitação Popular, ambos financiados com recursos do FGTS. Além disso, a quota de financiamento foi ampliada de 50% para 80%, no sistema de amortização constante (SAC). Assim, o comprador precisa ter apenas 20% do valor do imóvel como entrada.  Na amortização pela tabela Price, a quota subiu para 70%. Nesse caso, a entrada será de 30%.

Outro ponto importante é que a CEF aumentou o teto da renda para imóveis do Casa Verde Amarela. Antes, somente famílias com renda até R$ 7 mil poderiam entrar no programa. Agora, com renda até R$ 8 mil têm direito ao benefício, entre elas taxas ainda mais baratas.

Para imóveis de até R$ 350 mil, as novas taxas foram reduzidas em cerca de um ponto percentual. Agora, os juros partem de TR, que é a taxa referencial, mais 7,66% ao ano para esse tipo de financiamento. Imóveis com valor entre R$ 350 mil e R$ 1,5 milhão tiveram um reajuste de meio por cento nas taxas de financiamento. Nesses casos, os juros partem de TR mais 8,16% ao ano (veja tabela abaixo).

Confira a tabela de redução de juros:

A gerente comercial da imobiliária WX, Taylla Lima, explica que, fora do fora do programa Casa Verde Amarela, a linha pró-cotista é a mais barata oferecida pela Caixa Econômica. “Para que o comprador possa conseguir o financiamento por meio dessa linha, tem que ter contribuído para o FGTS por pelo menos 3 anos e ter um saldo na conta do FGTS de pelo menos 10% do bem a ser financiado ou contrato ativo no Regime CLT”, afirma.  A redução das taxas vale para financiamentos contratados até 31 de dezembro deste ano.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o bom desempenho do setor imobiliário acompanha o aquecimento nacional, uma vez que, quando os juros caem, há um impacto direto no valor das prestações de imóveis. 

Leia também

Com queda de juros, vendas de imóveis em Teresina crescem 43%

Mercado imobiliário adota o “figital”, união do físico com digital

Consultoria nacional destaca mercado imobiliário teresinense

De acordo com Taylla Lima, o mercado imobiliário do Piauí tem seguido a tendência do mercado nacional. “Quando sobem as taxas de juros, temos um mercado menor para crédito e a parcela do imovel acaba ficando mais cara. Porém, com essa flexibilização da Caixa, temos um momento oportuno para compra de imóvel. Quem está com as contas em dia, fez um planejamento financeiro e se preparou para isso, chegou o momento de surfar na onda dessas medidas macroeconômicas”, destaca.

Taylla comenta ainda que, em 2022, a Selic, taxa básica de juros da economia, está em um patamar mais elevado, mas, apesar disso, a Caixa vai na contramão e reduz os juros do financiamento imobiliário. “Isso nos traz um ambiente bastante favorável para o adquirir a casa própria. Aqui, nós vemos um forte movimento da Caixa Econômica em se manter na liderança do crédito habitacional”, explica.

Correção: O texto foi alterado pra ser feita uma correção às 16h11 de 19 de agosto de 2022. Taylla Lima é gerente comercial da imobiliária, e não corretora de imóveis, como havíamos publicado.

Siga o Piauí Negócios nas redes sociais