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IBGE: No Piauí, uma em cada três empresas opera na informalidade

Alta carga tributária e burocracia estão entre as causas, avalia economista

 
 
O Piauí apresenta alta taxa de informalidade, mas ainda está bem longe do Pará (Infografia Piauí Negócios)

 O Piauí apresenta alta taxa de informalidade, mas ainda está bem longe do Pará (Infografia Piauí Negócios)

 
 

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a cada três empresas piauienses, uma opera na informalidade. Ou seja, trabalha sem registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). O dado é preocupante porque são empresas que, apesar de gerar renda, não pagam os impostos previstos na legislação brasileira.

 

A pesquisa Características Adicionais do Mercado de Trabalho 2012 – 2018 revela que 68,6% dos empresários do Piauí possuem CNPJ, e 31,4% não têm registro. Entre as 27 unidades da Federação, o Piauí ocupa a 11ª posição entre os estados que mais possuem empresas informais. O Estado com mais empreendimentos sem CNPJ é o Pará, com 48,9%. Na outra ponta, São Paulo, com 88,3% de formalidade. A média no Brasil é de 79,4% registradas.

 

Segundo o economista Francisco Sousa, a alta informalidade é atribuída à falta de conhecimento e planejamento dos empresários sobre a legislação corporativa, à alta carga tributária e mesmo à complexidade do sistema de impostos brasileiro. “Mesmo sujeitos aos riscos da informalidade, como multa por estarem sonegando impostos, muitos empresários preferem ficar sem registrar a empresa”, afirma Sousa.

 

Apesar da alta informalidade, o Piauí reduziu muito o número de empresas sem CNPJ desde 2012, quando ocupava a segundo maior índice de informalidade do Brasil, com 49,3%, perdendo para o Pará, que tinha 40,8%. Assim, em seis anos o estado melhorou nove posições, superando inclusive os vizinhos Ceará (que hoje tem 34,2% de informalidade) e Maranhão (43,2%).

 

Francisco Sousa explica que esse aumento da formalização se deu pela simplificação de legislação tributária nos últimos anos e também pela introdução do microempreendedor individual (MEI), que permite a legalização de pequenos negócios.

 

O Piauí subiu 11 posições no quesito formalidade entre 2012 e 2018 (Reprodução IBGE)

 

Pessoas ocupadas

A pesquisa revelou também outros pontos, como a redução de 7,54% na quantidade de pessoas ocupadas no Piauí entre os anos de 2012 e 2018: passou de 1,33 milhão em 2012, para 1,23 milhão em 2018.

 

Os setores que mais registraram queda na ocupação no período de 2012 a 2018 foram a agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-23,68%), da indústria geral (-34,62%), da construção (-20,15%), do comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-1,46%) e dos serviços domésticos (-29,54%).

 

 

Nesse mesmo intervalo de tempo, houve aumento de pessoal ocupado, no Piauí, nos setores de transporte armazenagem e correio (23,47%), de alojamento e alimentação (11,39%), de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (35,25%), de administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (12,82%) e de outros serviços (16,77%).

 

Em 2018, cerca de 67,2% das empresas tinham até cinco funcionários no Piauí. Cerca de 17,7% possuíam 51 ou mais colaboradores.

 

Trabalhador em zona rural

No Piauí, em 2018, cerca de 24,3% dos empregados trabalhavam em fazendas, sítios, granjas, chácaras, etc. Esse percentual é o segundo maior do Brasil, atrás apenas de Rondônia (27,5%). O valor supera a média do Brasil (10,7%).

 

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