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Grupo Bemisa formaliza interesse em obra da Transnordestina no Piauí

Empresa quer escoar sua produção de jazidas em Paulistana, no semiárido piauiense, até o Porto de Suape, em Pernambuco

 
 
Ramais da ferrovia Transnordestina ligação Elizeu Martins e Curral Novo aos portos de Pecém e Suape (Ilustração: Câmara dos Deputados)

 Ramais da ferrovia Transnordestina ligação Elizeu Martins e Curral Novo aos portos de Pecém e Suape (Ilustração: Câmara dos Deputados)

 
 

O Grupo Bemisa, um dos maiores do País no ramo de exploração e exportação de minérios, formalizou nesta quinta-feira (02), junto ao Ministério da Infraestrutura, seu interesse em viabilizar a conclusão do Ramal Suape da Ferrovia Transnordestina, no trecho que vai de Curral Novo, no sudeste do Piauí, até o Porto de Suape, em Pernambuco.

A empresa Bemisa pretende instalar um terminal de minério de ferro na Ilha de Cocaia, em Suape, e escoar, via Transnordestina, a produção de suas jazidas localizadas em Paulistana, no semiárido do Piauí. As tratativas com o Grupo Bemisa vinham sendo feitas com o Governo de Pernambuco desde 2019 para concluir o trecho estadual da ferrovia, cujas obras foram iniciadas em 2006.

O ramal ferroviário da Transnordestina que faz a ligação entre Curral Novo, no Piauí, e o Porto de Suape, tem 717 quilômetros de extensão. O investimento previsto é de R$ 5,7 bilhões, com a expectativa de gerar centenas de empregos para os pernambucanos.

 Porto de Suape com a Ilha de Cocaia à direita, local onde será instalado o futuro terminal de minério (Foto: Ascom Suape)

Os detalhes da parceria com o poder público serão divulgados em breve, pondo fim ao impasse gerado após o governo federal anunciar que a empresa concessionária Transnordestina Logística S.A., pertencente ao Grupo CSN, concluiria apenas o trecho de Elizeu Martins (PI) até o Porto de Pecém, no litoral cearense, 92 quilômetros mais extenso do que o ramal até Suape.

A ação do Bemisa faz parte do programa Pro Trilhos, lançado ontem, em solenidade no Palácio do Planalto, pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. O programa foi criado para impulsionar o surgimento de ferrovias no país e o Ministério vai analisar dez pedidos de autorização de construção de ferrovias ao Governo Federal.

Após a apresentação dos pedidos, o MInfra analisa e concede as autorizações, caso os empreendimentos cumpram todos os requisitos exigidos pelo Governo Federal. O programa, anunciado dentro do Setembro Ferroviário, permite uma apreciação mais célere e simplificada, a partir do instrumento da autorização.

Reprodução MInfra

"Esse é um dia importante para Pernambuco. Nossa Secretaria de Desenvolvimento Econômico vem trabalhando desde 2019 na captação do parceiro privado para a conclusão do Ramal Suape da Transnordestina. Aprovamos na Assembleia Legislativa a PEC que estabelece a competência estadual para explorar os serviços ferroviários e fizemos uma grande mobilização, com nossa bancada federal, junto ao empresariado e demais interlocutores. Assim, conseguimos chegar a um bom termo", avaliou o governador Paulo Câmara.

Ministro Tarcísio Gomes no lançamento do programa Pro Trilhos (Foto: Ministérioi da Infraestrutura)

 

Jazida em Paulistana tem 800 milhões de toneladas de ferro

Presente em sete Estados brasileiros, a empresa tem um portfólio de nove projetos, que englobam uma ampla gama de minerais: minério de ferro, ouro, níquel, fosfato e calcário. Próximo a Curral Novo, o município piauiense de Paulistana, no trecho ferroviário entre Elizeu Martins (PI) e Salgueiro, tem uma jazida com volume de 800 milhões de toneladas de ferro, configurando-se como a maior reserva mineral daquele Estado, e uma das maiores do País.

 

Impacto no PIB

Dados trazidos pelos técnicos da Transnordestina dão conta de que a ferrovia em funcionamento vai gerar R$ 7 bilhões para o Produto Interno Bruto anualmente, além de 90 mil empregos diretos e indiretos.

No total, a ferrovia terá 1.753 quilômetros de linha principal e 109 de linhas secundárias. Ela passará por 81 municípios do Ceará, do Piauí e de Pernambuco.

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Fonte: Ascom Suape, Ministério da Infraestrutura e Agência Câmara

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