Startup de saúde do Piauí expande mercado após prêmios e eventos internacionais

A i9 Nursing, startup piauiense voltada para a prevenção de amputações e o cuidado em saúde, tem ganhado destaque no cenário nacional. Com uma proposta que alia tecnologia e impacto social, a empresa foi recentemente reconhecida como Startup Destaque pelo InovAtiva Brasil 2024, o maior programa de aceleração de startups da América Latina, que pela primeira vez premiou uma solução do Piauí.

Fundada em 2020 a partir de um projeto de extensão, a i9 Nursing atua na podiatria clínica, oferecendo soluções para a prevenção de amputações - um problema que, somente em 2022, gerou um impacto de R$ 78 milhões na saúde pública brasileira. A startup desenvolveu uma plataforma digital que já conta com mais de 7 mil usuários ativos e oferece teleconsultas especializadas.

“O mercado de amputações no Brasil movimenta US$ 13 milhões por mês. As pessoas perdem o pé por questões evitáveis. Nosso trabalho é prevenir amputações desnecessárias por meio da podiatria clínica”, explica Catiane Sousa, sócio-fundadora da i9 Nursing e enfermeira mestre em Saúde pela Universidade Federal do Piauí (Ufpi).

 

 

 

 

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A startup se dedica à educação voltada para a prevenção de amputações, oferecendo cursos de habilitação e especialização em Podiatria, além de capacitar pacientes por meio da saúde digital. Também conta com uma linha de produtos especializados para cuidados com os pés.

No último ano, a empresa, que conta com uma equipe de 16 colaboradores espalhadas pelo Brasil, sendo três em contratação formal, dobrou o número de consultórios credenciados a utilizar sua solução, passando de 28 para 56, e aumentou seu faturamento para R$ 15 mil por mês somente com os serviços educativos. Além disso, a i9 Nursing ampliou sua base de clientes, passando de quatro para sete prefeituras atendidas entre 2023 e 2024.

“Nosso modelo de negócios busca levar cuidados de saúde a pessoas comuns, especialmente aquelas que não têm tempo ou acesso fácil a serviços médicos. Todo o faturamento é reinvestido em tecnologia, que é essencial para ampliarmos nossa solução”, afirma Catiane.

A startup também firmou novas alianças estratégicas com entidades, organizações e empresas. “Estamos articulando com estados que apresentam altos índices de amputação e grandes periferias. Nosso público é periférico, e periferia existe no mundo todo. Por isso, essa ideia é global”, ressalta a CEO.

Expansão impulsionada por eventos nacionais e internacionais 

O crescimento da i9 Nursing tem sido impulsionado por sua participação em eventos de inovação e empreendedorismo. Em novembro de 2024, a startup foi selecionada para representar o Brasil no Web Summit Lisboa, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, após passar por um processo seletivo da Apex-Brasil.

Além disso, esteve presente no CASE 2024, maior evento de startups da América Latina, e no Deep Tech Summit 2024, voltado para inovação tecnológica. A CEO da i9 Nursing também venceu a Batalha de Startups do Campus Party Weekend Piauí, na categoria Peso Pena, e participou do Neon, evento promovido pelo Sebrae.

“Nós trabalhamos em parceria com diversos atores sociais. Nosso objetivo é levar educação e conscientização sobre o cuidado com os pés, os riscos das amputações e como isso impacta vidas. Queremos crescer juntos, pois nossa solução atende a uma demanda real, que vivencio como enfermeira”, reforça Catiane.

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Internacionalização via pesquisa científica

Enquanto expande no Brasil, a i9 Nursing também mira o mercado internacional. O objetivo é levar sua solução para outros países e fortalecer parcerias acadêmicas e comerciais. Um passo importante foi a visita à Universidade do Porto, em Portugal, onde a equipe discutiu novas tecnologias e colaborações científicas.

“Nossa entrada em novos mercados será baseada em pesquisa científica, pois sou doutoranda e a universidade será nossa porta de entrada. Estamos em contato com a Universidade do Porto, que já demonstrou interesse em nossa proposta e devemos oficializar uma parceria entre abril e junho”, afirma a CEO.

Ela também destaca a importância da diversidade e da inclusão no setor de inovação.

“A inovação deve ser uma ferramenta de inclusão, não de segmentação. Não queremos criar ilhas de inovação, mas sim trabalhar de forma colaborativa para impactar vidas. Não adianta fazer inovação por inovação. É preciso ter uma proposta de valor alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, conclui.

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