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IBID 2014-2024

Piauí é o 2º estado que mais cresceu em ambiente favorável para inovação em dez anos

Apesar dos avanços, o estado ainda enfrenta desafios para converter esse crescimento em resultados práticos

 
 
O índice mede a capacidade de inovação de cada estado a partir de 74 indicadores

 O índice mede a capacidade de inovação de cada estado a partir de 74 indicadores

 
 

O Piauí foi o segundo estado que mais avançou em ambiente favorável à inovação nos últimos 10 anos. É o que aponta o Índice Brasil Inovação e Desenvolvimento (IBID) 2014-2024, elaborado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que avalia como os estados brasileiros têm progredido em inovação. Apesar dos avanços, o estado ainda enfrenta desafios para converter esse crescimento em resultados práticos.  

Segundo o relatório, o Piauí subiu da 21ª posição em 2014 para a 18ª em 2024, com uma pontuação de 0,160 no IBID geral. Esse índice mede a capacidade de inovação de cada estado em uma escala de 0 a 1, considerando 74 indicadores divididos em sete pilares: Instituições, Capital Humano, Infraestrutura, Economia, Negócios, Conhecimento e Tecnologia, e Economia Criativa.  


No pilar Instituições, que avalia os ambientes institucional, regulatório e de negócios, o Piauí subiu nove posições, ficando atrás apenas da Bahia, que avançou dez posições. Esse resultado destaca a melhora nas regras e políticas públicas voltadas para incentivar o empreendedorismo e a pesquisa científica.    

 

 

No ranking geral, o Piauí está entre os “climbers”, estados que mais cresceram no ranking ao longo da última década, conforme a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Junto com Alagoas, Paraná e Rio Grande do Norte, o estado apresentou um encurtamento da distância em relação ao líder nacional, São Paulo, o que reflete esforços para impulsionar o ecossistema de inovação.

Entre 2014 e 2024, além do Piauí, estados como Amapá, Pará, Espírito Santo, Santa Catarina, Goiás e Minas Gerais também reduziram essa diferença. Em contrapartida, regiões como Mato Grosso, Distrito Federal, Pernambuco e Amazonas registraram um aumento na distância em relação ao líder.

No ranking geral, o Piauí está entre os “climbers”, estados que mais cresceram no ranking ao longo da última década


“O comparativo mostra os estados que tiveram encurtamento ou distanciamento em relação ao grande líder, que é São Paulo. O Piauí apresentou um encurtamento dessa distância, mostrando que iniciativas de inovação estão sendo desenvolvidas”, destaca Carolina Guimarães, coordenadora de Ecossistema de Inovação da Secretaria de Inteligência Artificial, Economia Digital, Ciência, Tecnologia e Inovação (SIA).

 

Estado se destaca em Economia, mas estagna no Setor Criativo

No pilar de Economia, o estado avançou seis posições, atrás de Rondônia (que avançou 9) e Rio Grande do Norte (+12). Esse crescimento está ligado ao aumento dos investimentos públicos e privados e ao fortalecimento da estrutura produtiva local.

Por outro lado, há desafios em áreas estratégicas. No pilar Negócios, que mede a qualificação da mão de obra, o estado perdeu duas posições. Já no pilar Conhecimento e Tecnologia, o Piauí caiu uma posição, indicando dificuldades em impulsionar a inovação tecnológica.

Um ponto de atenção é o pilar de Economia Criativa, que permaneceu estável nos últimos dez anos, sem crescimento. Esse setor já havia sido apontado como uma área de potencial pelo Índice de Desenvolvimento Potencial da Economia Criativa (IDPEC), divulgado pela ESPM. Segundo o estudo, o Piauí tem desempenho intermediário nessa área, sendo necessário investir mais em empreendedorismo criativo, ensino superior e conectividade digital para avançar.

Resultados ainda não acompanham avanços no contexto de inovação

Para ajudar a identificar em quais áreas os estados estão mais avançados e onde precisam melhorar, o IBID 2014-2024 é subdividido em dois índices menores: 

  • IBID-Contexto: analisa somente aspectos ligados ao ambiente de inovação, como infraestrutura, instituições e mão de obra qualificada.
  • IBID-Resultado: foca nos impactos reais do processo inovador, como a geração de conhecimento e o fortalecimento da economia criativa.
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Nos últimos dez anos, o Piauí avançou cinco posições no ranking do IBID-Contexto, mas perdeu três no IBID-Resultado. Isso demonstra que, embora o estado tenha criado um ambiente mais favorável à inovação, ainda enfrenta dificuldades em traduzir esse contexto em resultados concretos.

Para superar esses desafios, a Caroline Guimarães lembra que o Governo do Estado tem implementado programas estratégicos, com foco na expansão de centros de pesquisa, estímulo a startups e capacitação de mão de obra qualificada. “Ainda temos muito trabalho a desenvolver, mas estamos otimistas em relação aos resultados”, disse. 


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Cenário nacional de inovação

O relatório IBID 2014-2024 destaca mudanças importantes no ranking das economias mais inovadoras do Brasil nos últimos dez anos. Apesar de manter as sete primeiras posições ocupadas pelos mesmos estados, o protagonismo regional apresenta alterações relevantes.

São Paulo se manteve como o estado mais inovador do país, enquanto Santa Catarina avançou para a vice-liderança, substituindo o Rio de Janeiro, que caiu para o quarto lugar. O Paraná, por sua vez, saltou do sexto para o terceiro lugar, consolidando-se como um dos destaques do Sul.

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