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Mobilidade urbana

Fiepi conhece aeromóvel, transporte urbano de custo operacional 50% menor que o VLT

Modal que já opera em cidades do Brasil é apontado como solução para Teresina

 
 
Diretores da Fiepi e gestores do Governo e Prefeitura de Teresina

 Diretores da Fiepi e gestores do Governo e Prefeitura de Teresina

 
 

Um sistema de transporte que permite a mobilidade urbana a custo operacional cerca de 50% menor que o do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) foi apresentado nesta quarta-feira (11) a empresários da Federação das Indústrias do Piauí (Fiepi). É o aeromóvel, veículo que opera suspenso, movido pelo vento, sem condutor e com energia limpa.

Os detalhes do veículo foram apresentados por Tiago Costa, gerente da Aerom, empresa brasileira integrante do Grupo Coester, que desenvolve produtos e soluções em automação e mobilidade urbana sustentável. Represantes do Governo do Estado do Piauí e os futuros gestores da Prefeitura de Teresina também assistaram à apresentação.

Aeromóvel

 

No Brasil, o aeromóvel opera em pequenos trechos. Em Porto Alegre, funciona desde 2013 e tem 1 km de extensão ligando o metrô até o Aeroporto Salgado Filho (veja vídeo abaixo). No próximo ano, vai entrar em operação em São Paulo, numa linha de 3 Km ligando interligando os terminais do Aeroporto de Guarulhos à linha da CPTM.

 

 

O custo operacional é um diferencial para gestores e empresários. Marcelino Lopes, presidente do Movimento Empreender Piauí (Move) e vice-presidente do Sindiciato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (Setut), destacou a viabilidade econômica: “O custo de manutenção é muito interessante, especialmente para investimentos públicos. Isso torna o modelo completamente factível, especialmente se integrado a outros modais de transporte.” O veículo também tem capacidade para transportar até 24 mil passageiros por hora num sentido.

O sistema está em operação em Porto Alegre desde 2013, ligando o metrô até a entrada do aeroporto

 

Segundo Islano Marques, gestor da Área Internacional e de Mercado da Fiepi, o modal é uma alternativa atraente para cidades como Teresina, que, por ser plana, apresenta menos desafios de implementação. “Será uma alternativa de baixo custo operacional. A tecnologia é 100% nacional, sem a necessidade de pagar royalties para empresas estrangeiras, o que facilita a implementação e reduz custos,” afirmou.

O aeromóvel apresenta vantagens como zero emissões de carbono e eficiência energética, destacando-se como uma solução verde e sustentável. Conforme explicou Tiago Costa, “o sistema é elevado, completamente segregado da malha urbana, o que elimina interferências no trânsito e melhora a eficiência operacional”.

Tiago Costa, da Aerom, destacou que, por ser elevado, o aeromóvel não interfere no trânsito

 

O diretor de Assuntos Econômicos da Fiepi, Freitas Neto, comentou que o papel da Federação era conhecer o projeto e mostrar a representes do Governo do Estado do Piauí, da Prefeitura, além de empresários de transporte da cidade.  “O  mais interessante é com um custo bem mais em conta, inclusive do ponto de vista operacional. Mas para isso virar realidade depende dos gestores públicos”, disse Freitas Neto.

Jonas Moura, secretário de Estado dos Transportes do Piauí, ressaltou o potencial do projeto para a região. “Teresina tem características que facilitam a implementação. A proposta é interessante tanto para a Setrans, mas precisa de investimentos via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), devido aos altos custos de implantação”, destacou. De fato, cada quilômetro do aeromóvel custam R$ 100 milhões.

Por ser 100% nacional, o aeromóvel também favorece a utilização de mão de obra e materiais locais. Outra possibilidade discutida foi a implementação de transporte público gratuito, considerando a economia proporcionada pelo baixo custo operacional.

 

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