CNI aponta nove obras prioritárias para infraestrutura do Piauí

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou recentemente o relatório "Panorama da Infraestrutura – Edição Nordeste", que traz um diagnóstico completo sobre a infraestrutura na região e as propostas para avanços nos nove estados nordestinos. Segundo o estudo, 74% dos empresários industriais do Nordeste consideram a infraestrutura regional como regular, ruim ou péssima. O cenário é semelhante no Piauí: o estado enfrenta gargalos estruturais que impactam diretamente o desenvolvimento econômico, especialmente no setor industrial. 
 

A principal limitação enfrentada pelos empresários do Piauí está relacionada à infraestrutura das rodovias e ferrovias. Para reverter esse panorama, o estudo sugere nove prioridades, entre elas a adequação e manutenção das rodovias BR-135 e BR-330, essenciais para o escoamento da produção agrícola no Cerrado piauiense. A conclusão das obras de pavimentação nas rodovias Transcerrados e Palestina também é apontada como fundamental para garantir a eficiência no transporte de grãos no sul do estado. 

Outra prioridade destacada no relatório é acelerar as obras do Porto de Luís Correia, cuja primeira etapa foi inaugurada em 2023. O principal objetivo do terminal é desenvolver a infraestrutura portuária do Piauí, facilitando a exportação de produtos locais e atraindo novos investimentos para a região.

Obras em estados vizinhos também trariam benefícios ao Piauí, como a construção de um ramal ferroviário entre os municípios de Porto Franco e Balsas, no Maranhão. Essa infraestrutura é considerada essencial para reduzir os custos de frete na região do Matopiba, que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, uma das áreas agrícolas mais produtivas do Brasil.

Potencial de crescimento

Atualmente, a indústria representa apenas 14,3% do PIB do Piauí, o que corresponde a R$ 8 bilhões – uma participação modesta em relação ao cenário nacional, onde o estado responde por apenas 0,4% da indústria brasileira. Grande parte da composição industrial do estado é dominada pela construção civil (48%) e pelos serviços industriais de utilidade pública (93%), enquanto setores como alimentos, bebidas e metalurgia possuem uma presença muito menor.

Apesar dos desafios, o estudo aponta que o Piauí possui grande potencial em setores estratégicos. Além de estar inserido na região do Matopiba, o estado integra a chamada "margem equatorial", uma área promissora para a exploração de petróleo e gás. O estado também se destaca pela geração de energia renovável, sendo o terceiro que mais produz energia solar e eólica no Brasil em termos de geração centralizada. 

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O relatório da CNI deixa claro que a falta de infraestrutura adequada no Piauí é um entrave para o crescimento do setor produtivo A modernização da infraestrutura, alinhada à expansão do mercado de energias renováveis e do agronegócio, é vista como uma oportunidade para transformar o Piauí em um estado mais competitivo e atrativo para investimentos industriais. 

Confira as nove obras prioritárias para o Piauí: 

- BR-135/PI e BR-330/PI: Garantir celeridade nas obras de adequação e manutenção da BR-135 e BR-330, em especial na região do Cerrado piauiense.

- Rodovias Transcerrados (PI-397) e Palestina (PI-262): Concluir as obras de pavimentação e melhorias nas rodovias Transcerrados e Palestina, que são essenciais para o escoamento da produção agrícola no sul do estado.

- PI-115 e PI-459: Finalizar as obras de asfaltamento em andamento na PI-115, no trecho que liga Assunção do Piauí ao Ceará, e na PI-459, entre Betânia do Piauí e a divisa com Pernambuco.

- Transnordestina Logística S/A (TLSA): Garantir celeridade para conclusão da Ferrovia Transnordestina Logística S/A (TLSA).

- Ramal ferroviário Eliseu Martins (PI) – Porto Nacional (TO): Dar celeridade ao pedido de autorização para construção de trecho ferroviário entre Eliseu Martins (PI) e Porto Nacional (TO), integrando a Transnordestina a Ferrovia Norte-Sul.

- Ramal Ferroviário Porto Franco – Balsas (MA): Construir o ramal ferroviário entre os municípios de Porto Franco e Balsas, reduzindo o custo do frete na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

- Porto de Luís Correia: Dar celeridade às obras de revitalização e desenvolvimento do Porto de Luís Correia.

- Hidrovia do Parnaíba: Avançar nas obras para melhoria da navegabilidade do Rio Parnaíba a partir de esforços coordenados entre governo, setor privado e comunidades locais.

- Margem Equatorial: Dar celeridade aos procedimentos necessários para o cumprimento das exigências ambientais, e garantir a exploração de petróleo na margem equatorial nos quatro estados do Nordeste (MA; PI; CE e RN).

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