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Expansão

Número de cooperativas cresce no Piauí e setor já fatura R$ 700 milhões por ano

Com vantagens fiscais, organizações ganham adeptos e hoje geram 27 mil postos de trabalho

 
 
A Sicred é a segunda maior cooperativa do Piauí (Fotos: divulgação)

 A Sicred é a segunda maior cooperativa do Piauí (Fotos: divulgação)

 
 

Acompanhando a tendência nacional, o cooperativismo está em alta no Piauí. A Organização das Cooperativas do Brasil, seccional Piauí (OCB-PI), divulgou que o número do cooperativas do estado chegou a 101 organizações em agosto deste ano, número 55% maior do que 2016, quando a OCB-PI começou a contabilizar os dados das cooperadas.

É um mercado que, geralmente associado mais ao aspecto social e menos ao lucro, movimenta muito dinheiro. Segundo a OCB-PI, o mercado cooperativismo piauiense faturou R$ 700 milhões em 2023, gerando ainda 27 mil postos de trabalho, entre cooperados associados e funcionários.


“O cooperativismo vem ganhando mais adeptos devido à profissionalização cada vez maior da OCB, com cursos de capacitação e orientação para aqueles que têm negócios em comum e buscam alcançar maiores mercados”, afirma Arimatea Costa, superintendente do Sistema OCB-PI.

Arimatea Costa, superintendente do Sistema OCB-PI


Em nível nacional, o cooperativismo representa cerca de 5% do PIB brasileiro. No Piauí, estima-se que seja de apenas 1% do PIB estadual. Para aumentar a participação do setor na economia do estado, a OCB-PI e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) Piauí têm fortalecido as ações de capacitação.

As cooperativas têm aumentado por diversos motivos, entre eles o fiscal. Elas pagam menos impostos do que uma empresa tradicional, devido ao seu modelo de operação e benefícios fiscais.

É o exemplo da Federação Unimed Piauí e da Cooperativa de Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem do Piauí (Enfercoop), que estão entre as dez maiores cooperativas do Piauí em número de cooperados. Ambas são da saúde, um dos setores mais fortes da economia de Teresina. (Veja relação das dez maiores cooperativas do Piauí neste página)


Unimed atende 30% do mercado de saúde privada no Estado

Newton Nunes Filho, presidente da Unimed Teresina, diz que o cooperativismo, apesar de estar ligado ao social é um modelo de negócio poderoso.

"Cooperativas podem começar pequenas, mas podem crescer e se tornar grandes negócios, gerando renda e movimentando a economia”, afirma Nunes.

Newton Nunes Filho, presidente da Unimed Teresina


No Piauí, a Federação Unimed atende cerca de 30% do mercado de saúde suplementar (ou seja, planos de saúde privados). Ele é formado pela Unimed Teresina, Unimed Floriano e Unimed Picos. Ao todo, são mais de 135 mil vidas cobertas pelas três cooperativas. A Unimed Teresina, por exemplo, atende 25% do mercado local.

As três cooperativas do Piauí integram ainda o Sistema Unimed, maior rede de cooperativas de mundo, formado por 340 cooperativas médicas e empresas, que atendem a 20,5 milhões de beneficiários de planos de saúde e odontológicos em todo o Brasil. Somente em 2023, o faturamento total de todas as cooperativas juntas foi de R$ 110 bilhões.

Cooperativa de enfermeiros consegue competividade com redução de custos de até 40%

A Enfercoop, primeira Cooperativa de Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem do Piauí, é outra que tem se destacado. Com apenas cinco anos de existência, já é a quinta maior cooperativa do estado, com mais de 500 enfermeiros e técnicos de enfermagem associados.

Graças ao modelo de tributação das cooperativas, a Enfercoop custa entre 30% e 40% menos para o contratante na comparação de fechar diretamente com um enfermeiro ou com uma empresa prestadora de serviço. A maior demanda da cooperativa, cerca de 85%, é o home care - atendimento médico domiciliar que envolve uma série de profissionais e cuidados com o paciente.


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A presidente da Enfercoop, enfermeira Ariane Visgueira, explica como a cooperativa funciona e destacou suas vantagens em comparação a empresas de prestação de serviços tradicionais.

“Como cooperativa, a gente paga menos impostos, então podemos oferecer valores mais competitivos, o que beneficia tanto os cooperados quanto os clientes”, afirma Visgueira.

Ariane Visgueira, enfermeira e presidente da Enfercoop


Sescoop-PI oferece bolsa de 90% em cursos de graduação para cooperados

Para incentivar o desenvolvimento dos cooperados, o Sescoop-PI está oferecendo uma bolsa de 90% para que possam cursar administração ou outras graduações, visando ampliar sua compreensão e habilidades de gestão.

“Atualmente, cerca de 68% dos presidentes de cooperativas possuem curso superior, o que dá mais conhecimento para o negócio”, afirma Arimatea Costa.

Além da graduação, a entidade também busca a qualificação em especialização. "Estamos abrindo turmas de pós-graduação para capacitar ainda mais os gestores. Já são 70 pessoas com pós-graduação em gestão cooperativa, e mais uma turma de 30 vagas está sendo aberta para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de se especializar”, frisa.

Para aqueles interessados em formar uma cooperativa, o superintende pede para entrar em contato com a OCB Piauí. O processo começa com uma orientação inicial sobre cooperativismo, por meio de um setor especializado em monitoramento, que está preparado para fornecer as primeiras informações e orientações para quem deseja seguir nesse caminho.

O que é uma cooperativa?

De forma mais simples, a cooperativa é uma organização empresarial composta por pessoas que compartilham objetivos comuns e adotam uma gestão democrática. Seus associados são donos do negócio e os resultados, conhecidos como sobras, podem ser reinvestidos ou distribuídos entre eles.

As cooperativas são negócios competitivos e rentáveis e se destacam por colocarem as pessoas em primeiro lugar.

Ao contrário das empresas tradicionais, que priorizam o lucro dos acionistas, as cooperativas focam nas necessidades e interesses dos seus membros, que são simultaneamente os donos e usuários dos serviços da cooperativa.

Mas isso não significa que uma cooperativa não possa gerar sobras (o termo equivalente ao "lucro" nas cooperativas). Essas sobras são o resultado positivo da operação, ou seja, a diferença entre a receita gerada e os custos operacionais.

No Brasil, o cooperativismo foi regulamentado oficialmente pela Lei nº 5.764, sancionada em 16 de dezembro de 1971. Essa lei definiu a política nacional do cooperativismo e estabeleceu que uma cooperativa precisa ter um mínimo de 20 pessoas físicas para ser constituída.

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