Carreira & Gestão
ESG
Além do lucro: empreendedorismo de impacto social é estimulado em curso da Uespi
Projeto de extensão gratuito chegou em sua 3º edição incentivando a criação de soluções que impactam positivamente a sociedade
Emelly Caroline Alves - redacao@pinegocios.com.br
Nos últimos anos, a preocupação com questões sociais e ambientais tem se tornado uma prioridade crescente no mundo empresarial. A adoção de práticas ESG (ambiental, social e governança) é um reflexo dessa adaptação das empresas às necessidades urgentes de um mundo mais sustentável. Dentro desse contexto, o empreendedorismo de impacto surge como uma abordagem que vai além do lucro, visando também a geração de impactos sociais positivos.
Com o objetivo de incentivar a criação de soluções e negócios com essa abordagem, o Núcleo de Estudos e Pesquisa em Inovação e Sustentabilidade (Nepis) da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), em parceria com o Instituto Federal do Piauí (Ifpi), criou o curso de extensão “Empreender e Inovar com Impacto”, que já está em sua terceira edição.
Em entrevista ao Piauí Negócios, a professora Doutora em Administração e uma das idealizadoras do curso, Indira Bezerra, explica que a iniciativa visa capacitar os participantes para criar projetos que realmente façam a diferença.
“Esse curso é especial porque promove uma nova abordagem de empreendedorismo e inovação, diferente do tradicional. Queremos mostrar que há outras alternativas para resolver problemas sociais complexos”, afirma Indira.
O curso, gratuito e 100% online, é dirigido a pessoas e organizações interessados em desenvolver soluções para desafios sociais complexos, como a falta de acesso à educação, saúde, água potável e questões relacionadas à inclusão social.
"O empreendedorismo e inovação social busca resolver problemas que muitas vezes o poder público não consegue. Essa área vem com uma reflexão, de criar novos produtos, serviços e ideias e solucionar problemas”, diz a professora.
Além de Indira, a extensão é ministrada também pela professora do Ifpi Jessica Oliveira, Mestre em Administração, e pelo professor Doutor em Administração Helano Pinheiro, docente da Uespi.
Empreendedores, gestores públicos e profissionais do setor privado são os principais públicos-alvo do projeto. “É voltado tanto para o setor público, onde há grandes oportunidades para inovações sociais, quanto para profissionais de grandes empresas privadas, onde é possível implementar ações que promovam a consciência social e ambiental. Também é ideal para quem pretende criar negócios ou empresas sociais com foco na resolução de problemas sociais”, destaca a organizadora.
O principal critério para participação é a afinidade com questões sociais e ambientais.
“Tivemos um grande número de inscritos nas edições anteriores. Nós fazemos, porém, uma seleção bem criteriosa, porque nem todo mundo conhece o que é empreendedorismo e inovação social. E para gente é muito importante que quem faça o curso tenha afinidade com essa área”, aponta Indira.
Na última turma, o curso recebeu 192 inscrições, e, ao todo, já contabiliza cerca de 90 alunos distribuídos entre as três edições. Entre eles, está Núbia Rocha, uma das empreendedoras à frente da startup piauiense Ninho do Verde, que oferece serviços de compostagem e educação ambiental. Sua iniciativa busca minimizar o impacto ambiental das práticas humanas por meio da reciclagem e conscientizar as pessoas sobre a importância dessa ação.
Outra participante do curso é Maria Aurilene, integrante da Nós de Arte, uma rede de artesãs de Pedro II. Além de comercializar seus produtos, a rede se destaca por impactar diretamente a gestão empreendedora das artesãs participantes, oferecendo a elas a oportunidade de exibir e vender seus trabalhos por meio de uma plataforma online.
O “Empreender e Inovar com Impacto” tem duração de três meses, com aulas semanais em uma plataforma virtual e turmas de até 30 pessoas. Além das aulas, os participantes têm acesso a mentorias e, ao final, realizam uma apresentação rápida de suas ideias, onde aprendem a agregar valor e torná-las atraentes.
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“Após a conclusão do conteúdo, os alunos participam de uma mentoria mais próxima, tanto com a equipe do curso quanto com convidados de outros estados, como Minas, Brasília, Paraná e Curitiba. Depois, eles passam pelo pitch, uma apresentação rápida de suas ideias em cinco minutos”, acrescenta a professora.
Apesar do número limitado de vagas, há planos para expandi-lo. A ideia é oferecer o curso em todo o estado do Piauí nas próximas edições, aumentando o acesso ao treinamento, mesmo online, e mantendo a qualidade da interação e do suporte aos participantes.
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