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Quatro áreas que o Piauí precisa melhorar para se tornar mais inovador
Estado pontuou mal em quatro de 12 indicadores da 5ª edição do Índice FIEC de Inovação dos Estados; resolvê-los é necessário para Piauí se destacar como estado inovador
Emelly Caroline Alves - redacao@pinegocios.com.br
No cenário atual, a inovação é um dos principais motores do desenvolvimento econômico e social. Estados que se destacam nessa área geralmente possuem um ecossistema robusto que integra educação, investimento em pesquisa e um ambiente favorável para startups.
Mas afinal, o que é preciso para um estado ser considerado inovador? A resposta está na criação de um ambiente onde a educação, o empreendedorismo, o investimento e a infraestrutura se integrem de forma eficaz para gerar e implementar inovações.
Na mais recente edição do Índice FIEC de Inovação dos Estados, publicada em dezembro de 2023 pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), o Piauí figura na 21ª posição nacional, o que representa uma estagnação em relação ao ano passado e uma queda em comparação com o início da pesquisa, em 2019, quando ocupava o 19º lugar. No ranking da região Nordeste, o Piauí ficou em 7º lugar.
Este levantamento avalia a inovação em todos os 27 estados brasileiros com base em dois componentes principais: capacidades e resultados. A dimensão capacidades analisa os recursos e condições necessários para a inovação, como a educação e o suporte a startups. Já a dimensão resultados mede o impacto real das inovações, ou seja, como elas afetam positivamente a economia e a sociedade.
Com o Piauí ocupando o 21º lugar no ranking nacional, fica evidente que o estado ainda tem desafios a enfrentar para melhorar seu desempenho nessa área. Para se destacar como um local inovador, algumas áreas específicas precisam de atenção e melhorias. Confira a seguir:
1. Capacitação do capital humano
Um dos pontos críticos para o Piauí é a capacitação do capital humano. O estado está em penúltimo lugar no subindicador de Graduação nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM). A falta de profissionais qualificados nessas áreas é um obstáculo para o desenvolvimento de inovações tecnológicas e científicas.
Além disso, o Piauí também enfrenta dificuldades na retenção de mestres e doutores, ocupando a 21ª posição nesse subindicador. Investir em educação e programas de formação avançada é necessário para criar um ambiente propício à inovação.
2. Ambiente empreendedor
O empreendedorismo no Piauí também precisa ser fortalecido. No subindicador que mede a quantidade de startups, o saldo entre empresas abertas e fechadas, e a população total, o estado caiu da 7ª posição em 2019 para a 25ª posição em 2023. Um ambiente mais favorável para startups, com políticas de apoio e incentivos ao crescimento de novas empresas, é importante para estimular o empreendedorismo e fomentar a inovação.
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3. Competitividade global
No indicador de Competitividade Global, o Piauí caiu para a 23ª posição, em comparação com a 20ª em 2022. Este indicador mede a participação de produtos tecnológicos nas exportações e importações, a variedade dos produtos exportados e a presença no mercado global. Melhorá-lo é importante porque ajuda o estado a se destacar internacionalmente, atrai investimentos, reduz custos de produção e diversifica as receitas. Além disso, fortalece a economia local, gera empregos e estimula a inovação e o desenvolvimento de novas tecnologias.
4. Propriedade intelectual
O Piauí ocupa a 24ª posição no indicador de Propriedade Intelectual, uma queda em relação à 23ª posição de 2019. Este indicador avalia a proteção legal das inovações, como patentes e marcas, que garante aos inventores e empresas segurança sobre seus direitos. Quando a propriedade intelectual é bem protegida, os criadores se sentem mais motivados a investir em novas ideias. Portanto, melhorar a proteção da propriedade intelectual é extremamente relevante para incentivar a inovação no Piauí.
Dessa forma, o estudo da 5ª edição do Índice FIEC de Inovação dos Estados revela que, embora o Piauí tenha avançado em alguns aspectos (confira quais a seguir), ainda enfrenta desafios para melhorar sua posição no cenário nacional de inovação. Com uma queda geral no ranking, é claro que o estado precisa intensificar esforços em áreas como capacitação do capital humano, suporte ao empreendedorismo e proteção da propriedade intelectual.
Enquanto isso, estados líderes como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul continuam a se destacar, com investimentos em pesquisa e desenvolvimento e ambientes favoráveis à inovação. No Nordeste, o Ceará se destaca pela sua avançada infraestrutura em ciência e tecnologia.
Em quais indicadores o Piauí se saiu bem?
- Sustentabilidade Ambiental
O Piauí se destacou na sustentabilidade ambiental, ocupando a 8ª posição. Esse indicador avalia a implementação de modelos de produção e consumo que preservam recursos naturais e ecossistemas. A promoção de energia renovável e práticas sustentáveis, por exemplo, está fortemente correlacionada com a inovação, isso porque cria um ciclo virtuoso entre sustentabilidade e crescimento econômico.
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- Investimento e Financiamento Público em Ciência e Tecnologia
O estado alcançou a 11ª posição nesse subindicador, subindo uma posição em relação a 2022. Segundo o estudo, o investimento público é essencial para incentivar o setor privado a investir em projetos inovadores, que muitas vezes são incertos e têm retorno a longo prazo. Esse suporte é ainda mais necessário para o desenvolvimento de tecnologias avançadas.
- Infraestrutura
O Piauí ficou em 14º lugar em infraestrutura. Este subindicador está alinhado com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 9) da ONU, que enfatiza a importância de construir infraestruturas resilientes e promover a industrialização inclusiva e sustentável. Dentro do ODS 9, um dos objetivos é aumentar o acesso à tecnologia da informação e comunicação (TIC) e prover acesso universal e acessível à internet nos países menos desenvolvidos. Assim, a infraesturtura é importante para o desenvolvimento da inovação em um local.
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