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De bytes a tijolos: como a geração Z está transformando o mercado imobiliário

 
 
 
 

João, aos 25 anos, trilha uma carreira ascendente na área de tecnologia. Determinado a deixar a casa dos pais e encontrar seu próprio canto, aventurou-se no mercado imobiliário. Contudo, ao contrário das gerações anteriores, sua busca não envolveu visitas a imobiliárias ou longos passeios de carro para ver placas de "vende-se". Em vez disso, navegou por aplicativos, explorou tours virtuais e comparou preços em tempo real, tudo entre um vídeo no TikTok e uma reunião no Zoom.

A geração Z cresceu em um mundo digital, o que profundamente moldou suas expectativas e comportamentos. No mercado imobiliário, essa transformação é evidente. Valorizam a conveniência e a velocidade proporcionadas pela tecnologia. Para João, encontrar um imóvel significava usar um aplicativo que combina com o Tinder, onde o “match” acontece ao deslizar para a direita nas casas que gostava, e para a esquerda nas que não lhe interessavam.

Os millennials podem ter iniciado a tendência de procurar imóveis online, mas a geração Z a levou a um novo patamar. Exigem não apenas informações detalhadas e fotos de alta qualidade, mas também experiências imersivas. Tours em 3D e visitas guiadas por realidade aumentada são mais do que um diferencial – são uma expectativa padrão.

Além disso, essa geração tem um olhar atento para a sustentabilidade e a ética. Não se trata apenas de encontrar um lugar bonito e acessível, mas de garantir que ele se alinhe com seus valores. João, por exemplo, priorizou imóveis com certificação ambiental e sistemas de energia solar. Também deu preferência a imóveis localizados em bairros com acesso fácil a transporte público e ciclovias.


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A pandemia de COVID-19 acelerou ainda mais essa digitalização. Com as restrições de mobilidade, as visitas físicas tornaram-se menos frequentes, e as plataformas online se tornaram o principal meio de interação com o mercado imobiliário. Empresas do setor perceberam rapidamente a mudança e investiram pesadamente em tecnologia, desde chatbots para atendimento até inteligência artificial para sugerir imóveis baseados no comportamento do usuário.

Porém, não foi somente a compra que mudou. A geração Z também trouxe novas perspectivas sobre aluguel. A ideia de ser dono de um imóvel não é tão atraente quanto foi para seus pais. Muitos preferem a flexibilidade do aluguel, que permite mudanças rápidas e adaptações a novas oportunidades de emprego ou estilo de vida. Plataformas de aluguel por temporada, como Airbnb, ganharam popularidade entre aqueles que buscam experimentar diferentes bairros ou cidades antes de se comprometerem com um contrato mais longo, e assim, entre bytes e tijolos, a geração Z está redefinindo o conceito de lar.

A relação da geração Z com o mercado imobiliário é um reflexo de suas características: conectividade, rapidez, sustentabilidade e flexibilidade. João, depois de várias semanas de busca digital, encontrou seu apartamento ideal – um espaço moderno, com energia solar, em um bairro que esteja no “hypado” e com um aluguel flexível. Tudo isso sem nunca ter pisado fisicamente em uma imobiliária.

Essa transformação digital no mercado imobiliário é mais do que uma tendência passageira; é uma mudança de paradigma. E, enquanto a geração Z continuar a crescer e influenciar o mercado, a adaptação e a inovação serão palavras de ordem para quem quiser acompanhá-los.

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Fonte: Niwluan Rodrigo, sócio corretor da Ao Lado Investimentos Immobiliários

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