Colunas & Artigos
opinião
Startups: como aplicar de maneira inteligente o recurso recebido por meio de editais?
Mauro César - CMO da Growth Capital e Engenheiro de Produção
Startups em estágio de ideação almejam investimento para viabilizar os próximos avanços de seu modelo de negócios, porém este pode ser o início de um grande declive.
Esse cenário de investimentos em startups tem ficado limitado principalmente para as que se encontram no early stage (estágio inicial). A Aon junto com a TTR Data, empresas de gerenciamento de risco e inteligência de mercado respectivamente, divulgou em conjunto um relatório do primeiro trimestre de 2024 em que houve 376 transações no Brasil, representando uma queda de 22% em relação ao mesmo período de 2023, movimentando um capital de US$ 8,066 bilhões, uma redução de 2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Isso indica que houve menos transações, apesar de o valor total em movimentações ter sido muito similar, o que implica que o ticket médio dos aportes aumentou. Isso também aponta para uma preferência dos investidores em negócios em estágio de maturidade mais elevada, que tomam os holofotes das startups early stage. Devido a isso, no atual cenário econômico, os editais de fomento público ganham bastante relevância para esses negócios.
Entretanto, a partir disso surge um novo desafio: Como aplicar de maneira inteligente o recurso recebido?
Muitas startups sonham com o momento em que receberão investimento, pois a partir daí acreditam que estão fadadas ao sucesso, no entanto a parte mais difícil ainda está por vir...
Leia também
Rasgue todos os seus fluxogramas
Carta aberta aos prestadores de serviços
Sem um planejamento estratégico bem feito para aplicação do recurso, a startup sofre riscos de não validar o seu modelo de negócios de maneira assertiva ou de conseguir de maneira ineficiente. Os dois cenários podem atrasar a sua trajetória e dar espaço para concorrentes com planos mais embasados e assertivos.
Segundo a McKinsey & Company, empresa de consultoria estratégica, dentre os principais motivos de falha de uma startup, pode-se citar: ausência de PMF, falta de foco e clareza na estratégia, má gestão dos recursos financeiros, modelos de negócios não sustentáveis. Todos esses motivos podem ser resolvidos com um bom planejamento estratégico, que economizará tempo na jornada de maturação do modelo de negócios e pode evitar a morte prematura de sua startup.
Quando uma startup atrai investimentos, há uma expectativa de retorno sobre esse capital investido. Um plano estratégico bem elaborado demonstra aos investidores que a empresa tem uma visão sólida de como utilizará os fundos recebidos para expandir suas operações, desenvolver seus produtos ou serviços e alcançar metas específicas dentro de um período determinado. Dessa forma o planejamento se torna crucial não somente para utilizar o recurso, quanto também para consegui-lo.
“Para quem não sabe para onde vai, não existem ventos favoráveis”
O processo de planejamento estratégico pode ajudar a startup a estabelecer métricas claras de desempenho e benchmarks para acompanhar seu progresso ao longo de sua curva de maturação. Isso não só permite que a empresa avalie sua eficácia na implementação da estratégia, mas também fornece uma base sólida para comunicar seu progresso aos investidores e outras partes interessadas. Além de conseguir mudar de curso ou abandonar avenidas ineficientes a fim de economia de tempo e recursos financeiros.
Siga o Piauí Negócios nas redes sociais
Fonte: Mauro César - CMO da Growth Capital e Engenheiro de Produção
Mais de Colunas & Artigos
Opinião
Retirar o EGO do negócio
Negócios & Turismo