Tente com quem quer

Nem me recordo da ocasião, mas o ministrante do curso anunciou que iria nos ensinar a melhor técnica de gestão de pessoas. Logo, peguei papel e caneta, pois não queria perder aquele insight revolucionário. O palestrante anunciou: “conheçam os 4Ts: tenta, tenta, tenta e troca!”. Todos na sala soltamos aquele sorriso coletivo e, ao mesmo tempo, amarelado.

Precisei de alguns anos para entender que todo processo seletivo é falho e que algumas pessoas vão precisar ser convidadas a se retirar. Não podemos ficar reféns daqueles que não estão no jogo. O joio precisa ser separado do trigo. Apesar de ser a favor dos feedbacks, planos de desenvolvimento individual, etc., também sou convicto de que não se pode perder tempo com quem não quer.

Leia também

Luis Henrique estreia coluna sobre gestão empresarial no Piauí Negócios

A frustração do dashboard 

Acendeu uma luz no painel

Já tolerei, já me desculpei, já convidei para ensinar e farei novamente sempre que ver força de vontade e determinação, ver desejo, garra! Para os soberbos, preguiçosos, braço curto, não gaste tempo, energia, recursos, saúde mental. Adiante o quatro “T” se for preciso. Seu tempo, o tempo da sua equipe e os recursos da empresa são valiosos demais para serem desperdiçados com quem não deveria estar ali.

Talvez esse seja o conteúdo para outra coluna, mas também existem as pessoas que não estão “no tempo de maturação” para o seu negócio e a função que exercem nele. A pessoa pode até ter o perfil, querer muito, se esforçar bastante, mas falta o tempo de maturação necessário. Nesses casos, será muito sincero e efetivo sinalizar para a pessoa que ela ainda tem um percurso a trilhar.

Ressalto ainda que todas essas decisões só podem ser tomadas quando existe o devido envolvimento e a presença do líder na equipe, as conversas individuais e o combate ao veneno da fofoca. Não tome decisões com base no informante; desconfie primeiro dele.