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Crise sem precedentes

Coronavírus: Prejuízos na economia piauiense são incalculáveis, dizem economistas

Vários setores produtivos começam a paralisar as atividades para evitar a contaminação da doença no Piauí

 
 
O economista piauiense Francisco Sousa falou que a situação atual é inédita no Piauí (Foto: Piauí Hoje)

 O economista piauiense Francisco Sousa falou que a situação atual é inédita no Piauí (Foto: Piauí Hoje)

 
 

Um dos poucos estados do Brasil onde até agora não foi registrado nenhum caso confirmado do novo coronavírus, o Piauí vai ter um prejuízo incalculável na sua economia por conta dos efeitos da doença pelo mundo. A avaliação é feita por dois economistas ouvidos pelo Piauí Negócios, nesta segunda-feira (16), após o Governo do Estado e várias empresas privadas adotarem medidas de fechamento de serviços, lojas e bares, evitando a circulação de pessoas, para que as mesmas fiquem em casa.

 

“Isto é o um efeito dominó. Se as pessoas ficam em casa, elas não consomem. Sem consumo, haverá queda de vendas, que por sua vez resultará em queda de arrecadação de impostos. Todos perdem. No momento, não dá para calcular o impacto disso na economia do Piauí, porque vai depender de quanto tempo durar essa crise, inédita na história do Estado e do Brasil”, afirma o economista e consultor Francisco Sousa, especialista em gestão pública e empresarial.

 

Show de Zélia Duncan foi adiado

 

Entre as várias atitudes tomadas que terão impacto na cadeira produtiva no Piauí, estão a suspensão de todas as aulas na rede estadual pública, na Universidade Federal do Piauí, no Instituto Federal do Piauí, além de vários colégios da rede privada, como Dom Barreto, CEV, Diocesano e Colégio das Irmãs, por um período de 15 dias a partir dessa terça-feira (17).

 

Comunicado colégio Dom Barreto

 

 

Comunicado do Colégio e faculdade CEV

 

 

Como a Secretaria de Saúde do Estado, atendendo a orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde, recomendou que não se façam eventos para evitar aglomeração de pessoas, o Teresina Shopping cancelou as apresentações musicais do Festival Artes de Março. O shopping Grand Dirceu, que seria inaugurado no próximo dia 20 de março, adiou o evento para o dia 3 de abril.

 

A cervejaria Manhana vai interromper o atendimento ao público de forma presencial (Reprodução/Instagram)

 

Shopping Grand Dirceu adia inauguração para abril (Reprodução)

 

A Kalor Produções anunciou também o adiamento do show da dupla Jorge e Mateus, que aconteceria no dia 27 de março em Teresina. Outro espetáculo, da cantora Zélia Duncan, previsto para esta terça-feira no Theatro 4 de Setembro, foi adiado pelo mesmo motivo. O bar Manhana Cervejaria, no Jóquei, anunciou no seu Instagram que só vai funcionar agora via delivery. Não terá atendimento físico ao público.

 

 

Sem eventos musicais no Artes de Março do Teresina Shopping

e show da banda Jorge e Mateus adiado: eventos de lazer sofrem grande impacto ((Fotos: reprodução)

 

Francisco Sousa ressalta, contudo, que a tomada dessas medidas, mesmo sendo drásticas, é melhor do que adiá-las, pois o prejuízo de uma doença como a Covid-19 para a população seria muito maior ainda, tanto no sistema de saúde na redução da atividade econômica. “Se começasse a adoecer muita gente, as pessoas iriam entrar em pânico e tudo seria obrigado a parar, causando ainda mais prejuízo do que certamente ocorrerá”, afirma o economista.

 

Na mesma linha de Sousa, o economista Fernando Galvão vê essas medidas, apesar de duras, como algo correto, pois significa uma redução dos danos econômicos. “Os prejuízos no setor vão acontecer, mas essa antecipação reduz a perda financeira. É muito melhor as empresas pararem agora do que quando (e se) acontecer alguma contaminação das pessoas”, comenta Galvão.

 

Fernando Galvão diz que a tomada de medidas, embora duras, está acertada (Foto: arquivo pessoal)

 

Ele admite, no entanto, que o cenário é terrivelmente inédito para o empresário piauiense, que nunca vivenciou situação parecida e, por isso, terá muitas dificuldades. “No funcionamento da empresa não está previsto esse tipo de problema causado pelo coronavírus. Quando uma empresa deixa de funcionar um dia, ela para de faturar, mas continua com custos fixos como aluguel, impostos, pagamento de empréstimos, de funcionários, cumprimento de contratos”, explica.

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