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Economia
Investimento do PAC no Piauí equivale ao PIB do estado
Programa do Governo Federal injetará R$ 56,5 bilhões na economia local, mesmo valor das riquezas geradas pelo Piauí em 2020
Emelly Caroline Alves - redacao@pinegocios.com.br
O novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) irá investir, no Piauí, R$ 56,5 bilhões durante os próximos quatro anos. O valor supera o Produto Interno Bruto (PIB) do estado, que atingiu R$ 56,391 bilhões em 2020, último dado recente do IBGE. O objetivo do programa, que será apresentado pelo presidente Lula em Teresina nesta quinta-feira, dia 31, é aprimorar setores vitais do estado, promovendo um impacto significativo tanto no desenvolvimento regional quanto nas perspectivas econômicas.
Por ano, serão investidos cerca de R$ 14 bilhões. Esse valor equivale a quase 20% do PIB anual do Piauí. “Nos últimos quatro anos, o Estado tem crescido bastante. Anualmente, o dinheiro que será investido pelo PAC vai corresponder a quase 20% do PIB estadual, ou seja, equivale a toda riqueza que é gerada no Estado. Sendo assim, é um percentual muito elevado”, aponta o economista Cezar Fortes.
Os investimentos programados abrangem uma diversidade de setores, incluindo as áreas de saúde, educação, infraestrutura, conectividade, saneamento básico e outros. Entre as obras aprovadas no novo PAC, duplicação da BR-343, de Teresina a Piripiri; da BR-316, de Demerval Lobão até a Estaca Zero; a adutora de Jaicós e a barragem Nova Algodões.
Para Cezar Fortes, os impactos desses investimentos no Piauí são multifacetados. Além de gerar emprego e renda, o programa impulsiona setores como o de alimentação e serviços, que se beneficiam do aumento do poder de compra da população empregada.
“Os chamados impactos indiretos são muito amplos. Ainda que os empregos gerados sejam temporários e durem de dois a três anos, as pessoas empregadas de carteira assinada terão mais dinheiro. Com isso, elas podem comprar mais alimentos. Através da economia, os impactos são disseminados para diversos outros setores”, disse o especialista.
Além disso, o economista destaca ainda o impacto social na vida dos piauienses. “Além do impacto econômico, temos que mensurar o impacto social também. Essas obras irão melhorar o cotidiano de milhares de pessoas”, acrescenta Cezar Fortes.
Veja quais os setores que terão investimentos do PAC no Piauí:
A área de saúde receberá investimento de R$ 1,1 bilhão para a construção de unidades básicas de saúde, policlínicas, maternidades e aquisição de ambulâncias.
No setor de educação, o foco estará na construção de creches, escolas de tempo integral e na modernização e expansão de Institutos e Universidades Federais, estimando-se um investimento de R$ 14,6 bilhões.
A infraestrutura social inclusiva se propõe a garantir à população o acesso a espaços de cultura, esporte e lazer, apostando na promoção do convívio social e na redução da violência.O investimento planejado para essa área é de R$ 300 milhões.
O programa também almeja a construção de novas moradias pelo programa Minha Casa Minha Vida, a urbanização de favelas e prevenção de enchentes, prevendo um investimento de R$ 11,5 bilhões.
O acesso à água potável é contemplado pelo eixo Água para Todos, que visa a revitalização das bacias hidrográficas, ações integradas de preservação e recuperação, abrangendo investimentos de R$ 7,2 bilhões.
Já o eixo do transporte eficiente abrange investimentos em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias, com a meta de reduzir os custos da produção nacional e melhorar a competitividade do Brasil no cenário global, envolvendo um investimento de R$ 10,5 bilhões.
No que tange à transição e segurança energética, o programa visa uma matriz energética mais diversificada, com destaque para fontes renováveis. Os investimentos previstos se estendem também ao pré-sal, estimando-se um investimento de R$ 7,3 bilhões.
O novo programa também incluiu eixos que envolvem inclusão digital e conectividade, com o objetivo de levar internet de qualidade às escolas públicas e unidades de saúde. Para este setor, o investimento é de R$ 3 bilhões.
Por fim, o eixo Inovação para a Indústria da Defesa receberá investimentos de R$ 900 milhões, visando fortalecer a capacidade tecnológica e defensiva do país.
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