Gênero

Dia do Empreendedorismo Feminino: Piauí é 7º do País com mais mulheres empresárias

36% das micro e pequenas empresas do Estado são comandadas por mulheres; média nacional é 34%

 
 
As empreendedoras Elizete Aves e Gleydsmar Vignoli falam dos desafios de empreender enquanto mulher (Montagem sobre foto de arquivo pessoal)

 As empreendedoras Elizete Aves e Gleydsmar Vignoli falam dos desafios de empreender enquanto mulher (Montagem sobre foto de arquivo pessoal)

 
 

Neste sábado (19) é comemorado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. A data foi criada em 2014 pela Organização das Nações Unidas (ONU) a fim de destacar e valorizar o papel das mulheres empreendedoras que, muitas vezes, enfrentam diversos obstáculos para estar à frente do seu próprio negócio. No Piauí, 165 mil mulheres são donas de empresas, representando 36% dos líderes empresariais do Estado.

Os dados de 2021 divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontam que o Piauí está acima da média nacional de 34%, sendo o terceiro estado do Nordeste e o sétimo do Brasil com maior número de mulheres empreendedoras, proporcionalmente em relação ao total de empreendedores.

 

Em relação ao cenário brasileiro, o Sebrae destaca que a proporção de mulheres donas de negócios cresce lentamente, visto que, nos últimos seis anos, o número cresceu apenas dois pontos percentuais, passando de 32% para 34%.

Para a administradora, professora e presidente da Associação Mulheres D’ Negócios do Piauí, Elizete Alves, os desafios que cercam as empreendedoras são inúmeros e isso reflete no número de empresas que, de fato, conseguem obter sucesso. “Empreender é acreditar em uma ideia e batalhar para colocar em prática. Seja um negócio, uma causa social ou uma vida autônoma, não é fácil para as mulheres. Temos várias jornadas de trabalho, cuidamos dos filhos e da casa e, ainda hoje, estamos sujeitas a preconceitos do mercado de trabalho”, afirma.

 

A administradora Elizete Alves, da AMNe: "Temos várias jornadas de trabalho ainda estamos sujeitas a preconceitos do mercado"

 

A presidente ressalta que questões relacionadas ao acesso a crédito ainda são um dos maiores problemas. Segundo ela, isso dificulta que mais mulheres empreendam. “Sempre somos dependentes de alguém, não temos patrimônio e, quando precisamos de créditos em instituições financeiras, não temos como comprovar renda. Isso é suficiente para não conseguir empréstimos. Assim, vivemos na informalidade e abrimos nosso próprio negócio na raça, cara e na coragem. Já outras mulheres optam por empregos formais, assim consideram-se mais seguras”, explica Elizete Alves.

Outros dados do Sebrae dão conta de que 27,4% das mulheres empreendedoras piauienses têm até 44 anos, 42% delas são chefes de família, 65% estão à frente de empresas com dois anos ou mais de atividade, e a maioria atua nos setores de serviços (42%) e comércio (37%).

Crescimento das mulheres como empreendedoras têm sido lento no Brasil (Reprodução IBGE e Sebrae)

 

“Para empreender, é preciso ter coragem e saber onde quer chegar”, diz empresária

Desde os 10 anos de idade, Gleydismar Martins Vignoli já sabia que queria empreender. Filha de comerciante, ela relembra que, quando pequena, vendia geladinho, o famoso “dindim” no dialeto piauiense. “Sempre tive uma veia empreendedora”, diz.

Aos 19 anos, Gleydismar Vignoli casou-se e, na época, seu marido já possuía uma empresa, a MacroLub, voltada para atacado e varejo de lubrificantes automotivos. Foi nesse período em que ela se aproximou do empreendedorismo propriamente dito. “No começo ele tinha apenas um funcionário e me pediu ajuda para cuidar dos negócios. Quando vi, já estava buscando conhecimento, participando de cursos do Sebrae e assim a empresa foi crescendo”, lembra.

Hoje, com 47 anos e empreendendo há 29, Gleydismar é também diretora da Mary Kay e conta que liderar faz parte da sua essência. “Na empresa eu lidero homens e na Mary Kay eu lidero mulheres. Não é fácil, mas sempre digo que aquilo que fazemos com amor, se torna mais leve. Nunca tive desejo de trabalhar de carteira assinada, sou muito independente. A questão de liderar e ser minha própria chefe faz parte de mim”, ressalta.

A empresária Gleydismar Martins Vignoli é filha de comerciante: herdou o empreendedorismo da família

 

Mãe de quatro filhos, a empresária pontua que, para empreender, é preciso saber administrar o próprio tempo. “Hoje uma das maiores dificuldades é a falta de administração do tempo. Além de ter visão, é preciso saber administrar o nosso tempo, o momento de cuidar da casa, dos filhos e si mesma. No ramo do cosmético, por exemplo, eu sempre digo que é uma liberdade de tempo e espaço, onde podemos empreender em casa”, acrescenta.

Pensando neste Dia do Empreendedorismo Feminino, Gleydismar Vignoli reforça que o mais importante é não ter medo. “O medo é o maior vilão para qualquer pessoa que queira empreender. Para empreender é preciso ter coragem, segurança de si e saber onde quer chegar, porque, caso contrário, qualquer lugar vai servir”, conclui.

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